Dia final tem tríplice coroa da Visionária e título da Enraizada no Frisbee

No dia derradeiro da grande aventura que foram os XXXII JIUnBs 2017, o clima era de faroeste, com a poeira levantando do Campo 1, épicos duelos finais e aqueles que não iriam duelar intocados em suas casas. Não chegava a ser terra arrasada, mas, após nove dias de jogos, os torcedores não estavam presentes em tão grande número quanto na terça e na quarta dos JIUnBs, quando passaram pelo menos mil pessoas pelo Centro Olímpico em cada dia durante as disputas.

O dia foi, em grande parte, da Visionária, que conquistou 90 pontos e, com isso, após liderar e posteriormente cair fora do top 10, voltou a figurar no top 3. Das quatro competições valendo medalhas, a Atlética das Ciências Contábeis conquistou o título em três. A tríplice coroa veio com o Futmanobol, o Futebol e o Tênis. Pela manhã, o ouro chegou no tênis, com a vitória de Rodrigo Tanaka Santos sobre Felipe Camargo Rosas Carneiro, da Presidência. À tarde e à noite estavam reservadas as emoções do Futebol e do Futmanobol. Já no Ultimate Frisbee, a Enraizada, da Engenharia Florestal, conquistou o ouro no final da manhã. Confira a seguir a reportagem em cada modalidade.

Futmanobol

O último ato dessa peça tão bem encenada que foram os XXXII JIUnBs foi a final do Futmanobol, um esporte quase exclusivo da UnB cujo primeiro jogo da história aconteceu há apenas sete anos, e que representa a capacidade de inovação da universidade e sua multidisciplinaridade, ou seja, a possibilidade de áreas do conhecimento e pessoas diferentes conversarem entre si.

No caso do Futmanobol, a multidisciplinaridade é mixar fundamentos de esportes variados, como futebol e vôlei, entre outros como handebol, basquete e o menos conhecido punhobol. E, invariavelmente, quem faz isso melhor, de forma mais completa e criativa, acaba sendo vencedor. Veja aqui os resultados do Futmanobol.

Números e classificados

Foram 230 gols em 17 jogos de fato disputados no campeonato, com uma média de 13,5 gols por jogo. O CAAGRO marcou 55 gols e foi o ataque mais produtivo. A Visionária sofreu 23 gols e foi a defesa menos vazada.  

Nessa edição, o esporte que também é bastante exigente fisicamente, foi disputado em jogos de três tempos de 8 minutos. O domingo reservou as últimas partidas da primeira fase e a final. Ao fim de seis jogos disputados, a Enxurrada conquistou o quinto lugar e a Energética o quarto. Após empate com a Energética nos três primeiros critérios (pontos, vitórias e confronto direto), pelo saldo de gols a medalha de bronze foi para o CAAMB.

A final

Os dois melhores foram para a grande final, tendo a Visionária a vantagem do empate sobre o CAAGRO pela melhor campanha. No início, um lance curioso: em menos de um minuto de tempo de jogo rolando no cronômetro, a bola foi parar, de forma não proposital, três vezes fora do ginásio, a última delas no telhado. Uma vez com a bola de volta, o jogo realmente começou.

E quem estava lá testemunhou um jogo cheio de som e fúria, ainda mais tenso que a disputa de terceiro lugar do futsal masculino vencida pela Alucinada. Era o Mundial de Clubes do Futmanobol, como brincou o coordenador da modalidade, Tiago Battousai. Cristiano Hoppe Navarro, árbitro da final e criador do Futmanobol, viu pontos positivos: “Significa que as equipes queriam ganhar, que há competitividade; o Futmanobol ainda tem muito a crescer, mas já existem equipes com um nível técnico elevado como as duas que disputaram a final”.

O campeonato

Confira o relato do coordenador, Tiago.

Conheço o Futmanobol desde 2012, quando participei da P.D. (turma de Prática Desportiva). Acho massa o esporte, ensinei para os meus amigos e primos. Acho mais divertido de jogar que o Futebol. A organização foi simples, eram sete participantes. O vice (CAAGRO) ganhou muito na raça, tinham uma forma mais agressiva de jogar. Tinham bom jogo de mãos, mas estavam muito desfalcados. A Visionária tinha bastante técnica, foi campeã invicta. Sabiam usar os braços, as mãos e bons no pé também. Não se via nunca alguém driblar todo mundo e fazer o gol, eram muito coletivos. 

Invictos

Única invicta da competição, mesclando o jogo de mãos e o de pés da forma mais eficaz, a Visionária sagrou-se a quarta campeã da história do Futmanobol da UnB, com a vitória por 6 a 5. Todo o Futmanobol e toda a confusão, assim como as demais partidas do segundo dia da primeira fase, estarão no YouTube dentro de uma a duas semanas. O link para a filmagem, que inclui pela primeira vez a vista aérea de um jogo de um esporte tão aéreo e acrobático, feita pelo drone, estará disponível aqui neste site.

Futebol

O campeonato de Futebol envolveu vinte equipes e cerca de 400 jogadores, em sistema de mata-mata. Foram vinte partidas e apenas um W.O., utilizando todo o tempo disponível no Campo 1 durante a Semana Universitária (uma vez que o racionamento de água e outros eventos previstos impediram uma extensão maior do campeonato). Veja aqui os resultados do Futebol.

Números

Foram oito equipes de Centros Acadêmicos, onze das Atléticas e uma de Associações (a dos Acadêmicos Indígenas). Oito Entidades de Exatas, sete de Humanas, três das Biológicas e uma das Artes. 78 gols marcados nas 19 partidas realizadas, média de 4,1 gols por jogo. A maior goleada do campeonato foi o 9 a 1 da Milionária sobre o CAMUS na fase preliminar.

O ataque mais produtivo foi do CAEDF, com 15 gols marcados, seguidos de Visionária e Milionária, com 13 gols pró. Já a defesa menos vazada é da Presidência, que sofreu 1 gol em 2 jogos e terminou com média de 0,5 gols contra por partida. Visionária, Indígenas, Energética e Burocratas finalizaram com média de 1 gol sofrido por jogo.   

Final

Com direito a hino nacional no megafone, o CAEDF entrou em campo na tarde de domingo com o favoritismo inerente a qualquer equipe da educação física, ciente, porém, da grande qualidade do adversário, a Visionária, que já havia goleado a Milionária (campeã do futsal) por 6 a 1 na semifinal realizada pela manhã. Mais cedo naquele dia, a Épica havia vencido uma desfalcada Milionária por 3 a 0 na decisão de terceiro lugar e garantido o bronze.

Na grande decisão, totalmente filmada, com locução e um drone sobrevoando o campo para tomadas aéreas, as Contábeis abriram 3 a 1 no placar, com hat trick de Thiago Gregório da Silva. Com gols de Brian Christian, Pedro Henrique e Talyson, o CAEDF conseguiu o empate. Em um lance polêmico, em que o Centro Acadêmico de Educação Física estava cara a cara com o goleiro, foi marcado um impedimento, que se mostrou depois no tira-teima inexistente. O árbitro da partida, Allysson de Souza Zilse, comentou: “Como não consegui vê-lo, creio que foi um lance super ajustado o qual só poderia ser notado com o recurso tecnológico; o árbitro assistente 2 estava muito focado no jogo e confiei plenamente em sua marcação”. Um lance dificílimo. E infalível, afinal, somente o Papa. O árbitro falou ainda de uma preparação diferenciada para a finalíssima: “Em uma final, a concentração e o foco tem que estar 100% até o momento final do jogo”.

Campeões

Mesmo jogando apenas três partidas, pois venceu nas quartas-de-final por W.O., Thiago Gregório foi o artilheiro do campeonato, com sete gols. Ex-jogador profissional, que disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior no ano passado, ele já está sendo sondado para a equipe de Futebol da UnB, que acaba de voltar de um sexto lugar na 30ª Copa Unisinos, em São Leopoldo-RS, e é apoiada institucionalmente com o bolsa-atleta e auxílio-viagem para as competições e treinada pelo educador físico Hugo Almeida.

Curiosamente, os dois personagens se cruzaram na grande final. Após o empate em 3 a 3 na grande final, a decisão foi para os pênaltis. Foram necessárias 17 rodadas de cobranças. Thiago cobrou duas vezes e converteu ambas. Hugo, jogando pelo CAEDF, fez a primeira, mas a segunda parou na trave. A Visionária só precisava balançar a rede e foi o que aconteceu, para festa imediata do elenco. A filmagem da final deverá estar disponível no YouTube (link será publicado aqui) dentro de uma a duas semanas.

Da esquerda para a direita: Rodrigo Paulino, professor do curso de árbitros; Cristiano Hoppe Navarro, coordenador do Futebol e dos JIUnBs; Vilma Nogueira, organizadora e árbitra durante os JIUnBs (em pé); Roberto Filho, locutor da final; André João, do DCE e coordenação-geral (agachados); ao lado, todo o elenco da Visionária: Vittor Hugo Santos Lacerda, Matheus de Sousa Cardoso, Vitor Pedra Machado, Otavio Isacksson Grings, Italo Lima dos Santos Silva, Bruno Filipe Guedes Diniz, João Tissiani Costa, Rafael Perius Ramos, Pedro Ribeiro Tupinambá, Gabriel Rodrigues da Silva, Caio Rodrigo Nunes Martins, Thiago Gregório da Silva, Vicente de Paula Costa Júnior, Saulo Pinheiro Andrade, Pedro Henrique Silva Mariz, Luis Fernando Cardoso, Lucas Pereira Rodrigues, Phelipe Rodrigues do Nascimento e Pedro Paulo Carneiro Teixeira. 

Confira o depoimento do artilheiro do campeonato, Thiago Gregório:

Após encerrar minha carreira profissional no futebol, é a primeira vez que disputo um campeonato na UnB! Estou no terceiro semestre e só tenho a agradecer a oportunidade que o time da Visionária me proporcionou para representar meu curso nos Jogos Internos 2017. Me esforcei ao máximo em todos os 3 jogos que realizamos no campeonato e tive a felicidade de ajudar minha equipe com 7 gols, alcançando a artilharia. 

Fico triste com a situação de conservação do campo e de toda a estrutura do centro olímpico. Nossa Universidade deve incentivar e investir no esporte para que campeonatos como esse revele não só atletas, mas também profissionais da saúde, publicitários, administradores e tantos outros.

Estou muito feliz com o meu desempenho e com o meu time de guerreiros.

Somos Visionária, somos Contábeis, Somos campeões!

Arbitragem

“O campeonato não teria sido possível, pelo menos não com o profissionalismo com que ocorreu, sem a valiosa participação dos árbitros do Curso de Formação de Árbitros de Futebol da Federação Brasiliense de Futebol”, afirmou Cristiano Hoppe Navarro, coordenador-geral dos JIUnBs e da modalidade Futebol e também árbitro. O curso, com ensinamentos teóricos e práticos, é fruto do trabalho obstinado dos professores Raimundo Lopo e Rodrigo Paulino e deverá ter uma nova edição em 2018, com bolsas para interessados vinculados à UnB. “O campeonato dos JIUnBs foi uma grande experiência para minha carreira”, disse o árbitro da final e do curso, Allysson Zilse. “Que esse campeonato possa crescer e ser cada vez melhor”.

Confira o depoimento de Rodrigo Paulino, professor do curso de árbitros de Futebol:

O campeonato foi importante para o curso e para os alunos-árbitros no sentido do desenvolvimento prático do estágio. Foi através dos jogos da UnB que conseguimos observar a atuação e fazer indicações mais precisas para outros campeonatos como o Campeonato Brasiliense infantil e juvenil da Federação, assim como jogos pelo Sindicato dos Árbitros. Já sobre a importância dos árbitros para o campeonato, servem sempre como a autoridade que irá legitimar o resultado final das partidas e fazer com que de fato o melhor vença o campeonato. De forma limpa e legítima, como pede o Fair Play da FIFA.

Ultimate Frisbee

Na modalidade jogada com um disco entre equipes mistas de cinco jogadores, participaram sete equipes, contudo duas delas não compareceram no segundo dia de competições.

Em quinto lugar, ficou a surpreendente e recém-criada Nipônika, dos alunos de Letras – Japonês, com os seus já tradicionais uniformes vermelhos que estampam um samurai e caracteres da escrita japonesa. Os rivais e irmãos CAEDF e Halterada, do curso de Educação Física, ficaram com o terceiro e quarto lugares. O CACOMP foi o vice-campeão.

Rafaella Cardelino, atleta da equipe campeã Enraizada e também da equipe Strix Brasilia Ultimate da UnB, analisou a campanha da sua equipe e já sonha com o bicampeonato.

Eu sabia que participar dos JIUnBs era uma obrigação. Formamos um time com 8 jogadores, porém 5 compareceram. Fizemos jogos com intensidade, sem substituição e usando tática para vencer. Invictos, conquistamos o primeiro título na modalidade de Ultimate Frisbee Misto. A Enraizada fez um marco, 1° lugar no torneio e na avaliação de espírito de jogo. Agora nos resta um bom descanso, mas já pensando em um segundo título nos 33° JIUNBs.

Artur Cardelino, coordenador da modalidade e diretor técnico-esportivo do Clube de Ultimate Frisbee da UnB, também deixou seu relato:

Foi muito gratificante poder participar do maior evento esportivo da Universidade de Brasília. Nós do Clube de Ultimate Frisbee-UnB acreditamos que foi um sucesso nossa primeira participação, pois a competitividade estava aliada com o espírito de jogo que ensinamos em nosso esporte. Um final de semana que exigiu técnica e vigor físico dos jogadores e surpreendeu as demais modalidades por não precisar de árbitros.

70 atletas, divididos entre novatos e experientes, que suaram para ganhar uma medalha. Alguns conquistaram o lugar mais alto, e o Clube de Ultimate Frisbee conquistou o coração dos participantes.